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15/05/2024

Cidades do Futuro

Atualmente, a vida urbana é o maior habitat das populações no mundo e o centro de demandas muito importantes para a sociedade. A forma com que as cidades se desenvolvem e são construídas reflete diretamente no deslocamento, na acessibilidade, no meio ambiente e na qualidade de vida das pessoas.

Para entender melhor sobre a viabilidade e o funcionamento das cidades, convidamos Mariana Moro, Arquiteta Urbanista graduada pela USP e Mestre pela escola inglesa Architectural Association que atua na cidade de São Paulo, pensando e ensinando formas de construir cidades para um futuro mais viável e inclusivo. 

As cidades são pêndulos

Para entender melhor sobre as mudanças que a pandemia trouxe no funcionamento das cidades, precisamos entender como elas se organizam. Muitas cidades são monocêntricas, ou seja, dependem muito de um único centro onde as lajes corporativas estão localizadas. Acessar essa região central é uma tarefa diária para muitos trabalhadores e para concluí-la, um dos meios de transporte mais utilizados pelos brasileiros são carros e, em grandes cidades, os metrôs.

O que ocorre é que, no mesmo momento – horário de pico – e em uma escala muito grande, as pessoas precisam se deslocar até o único ponto que concentra o trabalho, o lazer, os bancos e etc. Com esse ritmo e intensidade de pessoas indo na mesma direção, as cidades funcionam como um pêndulo onde hora o destino é o “monocentro”, ora o destino é o lar. Na lógica, uma única direção – linha – de metrôs é superlotada, enquanto outra fica praticamente vazia.  

Pandemia – os impactos no pêndulo

A chegada da pandemia impactou muitas áreas e não seria diferente com o urbanismo. O lockdown e a necessidade de fazer com que a vida funcionasse de uma nova forma nas cidades, abriu espaço para o trabalho remoto que se estende até os dias de hoje em muitas profissões. Grandes empresas como Facebook e Pepsico diminuíram suas quantidades de locais presenciais – Lajes Corporativas – e passaram a adotar o home-office. 

A tecnologia utilizada por bancos eletrônicos, nos trabalhos remotos e nos sites governamentais por exemplo, permitiram que o máximo de tarefas pudesse ser cumprida em qualquer lugar do mundo. As soluções através da internet foram uma demanda muito importante da pandemia, pois nesse período, fez-se necessário que o ser humano tivesse o mínimo de contato entre pessoas e deslocamento. Com tantas possibilidades que o ambiente on-line proporciona, a proporção de pessoas que vão até o centro – principalmente para trabalhar – de carro ou metrô diminui, impactando diretamente nesse pêndulo. 

O futuro do trabalho remoto também é colaborativo

Os espaços colaborativos de trabalho também são uma resposta a esse esvaziamento das Lajes Corporativas. Muito conhecidos como coworkings, esses ambientes são uma ótima alternativa para profissionais autônomos ou contratados que trabalham de forma remota mas não querem ou não podem trabalhar em casa.

O trabalho remoto não precisa ser solitário ou realizado 100%  em casa, pois os coworkings abrem espaço para convivências e troca de conhecimento presencial em um ambiente focado apenas em trabalho. Pensar e aplicar arquitetura nesses espaços também têm sido uma boa aposta, pois o ambiente colaborativo precisa ser bem aproveitado, organizado e atender às demandas dos profissionais.  

A necessidade de compartilhar ambientes também é reflexo da pandemia. Depois de tanto tempo em casa, com pouca interação presencial para lazer, trabalho, esporte e estudo, o pós-pandemia causou muita vontade da convivência nas pessoas. Cinemas, shoppings, restaurantes, coworkings, jogos de futebol e tantas coisas que não eram possíveis no período da pandemia, hoje são muito valorizadas e procuradas.

As cidades são pensadas para veículos e não para pessoas

Mesmo que as cidades devessem existir para atender as demandas da população urbana, 70% do planejamento de uma cidade é para viabilizar o uso dos carros e apenas 30% é voltado às pessoas. Dada essa importância aos carros e sua maneira de funcionar pela cidade, as ruas comprem o papel de organizar e fazer esse meio de transporte acontecer.

Para além dos carros, as ruas são noção de hierarquia nas cidades, pois servem como localização e organização, mas e se o meio de transporte utilizado pelos brasileiros não fossem os carros? As cidades como conhecemos não seriam da mesma forma. Se adotarmos um novo meio de transporte como as bicicletas, podemos hierarquizar as cidades de acordo com necessidades mais humanas.

As cidades de 15 minutos 

Como já vimos, as cidades monocêntricas são inviáveis em vários sentidos. Mesmo com a volta de alguns trabalhos presenciais, as pessoas passaram a explorar mais seus bairros para consumo como em mercados, farmácias, bancos e etc. Essa forma de comportamento, acaba por transformar os bairros em espaços mais estruturados com lazer, opções de consumo e infraestrutura, o que resulta em um cenários de cidades mais organizadas e menos concentradas no centro. 

As cidades do futuro precisam ser assim, policêntricas, com o máximo de empreendimentos e infraestrutura e, principalmente, trabalho dentro dos bairros. Cidades de 15 minutos, além de beneficiar nos fluxos de transporte e na praticidade, oferecem melhores condições de vida para pessoas marginalizadas que, literalmente, acabam morando à margem das grandes cidades e enfrentam diariamente as dificuldades de viver em uma cidade monocêntrica. Mais do que olhar para problemas habitacionais, é preciso levar educação, infraestrutura, esporte, lazer e cultura até essas pessoas, sem que elas precisem se deslocar para ter acesso a isso.

Transformações urbanas são necessidade urgentes 

O modelo de cidade que nós temos hoje ainda é excludente com quem não tem posse, portanto, pensar em novos modelos com infraestrutura em todos os cantos da cidade é uma transformação necessária para minimizar essa exclusão. 

Mariana nos fala que essa transformação nas cidades precisa ser estimulada por políticas públicas e legislações. Sem as iniciativas governamentais não é possível mudar nossas cidades de forma justa e completa. 

Pensar em maneiras de incluir e democratizar o acesso a espaços de convívio, trabalho e educação é uma tarefa importante para o futuro que deve ser considerada por todas as pessoas envolvidas no desenvolvimento do urbanismo. 

Se as cidades são para pessoas, que as transformações do futuro venham para incluir todas elas! 

Esse foi mais um episódio da nossa série Seu Porto no Futuro que acontece toda segunda no Instagram da Porto.

Fique atualizado:

Gerar valor e transformar a sociedade são essenciais para um futuro de significado.

Carlos Tavarnaro.

Diretor Tavarnaro Consultoria Imobiliária

O trabalho de branding ficou irretocável, motivou e engajou nossos colaboradores. A leveza da comunicação foi aprovada pelos clientes antigos e os novos passaram a se identificar mais com o nosso posicionamento.

Luciano Döll.

CEO InbixVentures

A metodologia ofertada para criar a identidade da marca com todas as suas perspectivas permitiu que, além da marca, nós mesmos nos identificássemos como negócio. Sabíamos que não havia chance de erro e que se houvessem ajustes seriam de sintonia fina.

Miguel Sanches Neto.

Reitor UEPG

O fundamental para o projeto de branding era unificar as duas marcas que a instituição utilizava e comunicar um modelo mais moderno de administrar. O processo de desenvolvimento foi longo e precisou de amadurecimento, porém a adesão instantânea à ela mostrou que ele foi muito exitoso.